Corpo

Apartar-se do corpo é desconexão. Rejeitá-lo tal qual ele é, uma forma de exílio.

O corpo é irmão e guardião das memórias da vida e da alma. Contê-lo é não provar do mundo e atenuar a própria existência. Restringir as possibilidades do seu crescimento e um empecilho ao transbordar. Quem sequer fez as pazes com o corpo, não tem o que oferecer ao outro.

É preciso fazer as pazes com seu corpo, revisita-lo, ir além.

É o corpo que nos permite sentir e assim nos transformarmos. Rir, chorar, excretar, doer, comprazer e tantas outras sensações só nos são possíveis porque temos o querido corpo.

Impressões às mais diversas, que por nos mantermos desconectados e desconectadas dele, sequer aproveitamos bem. Sensações que curam a expressão ferida que carregamos enquanto tecemos a vida e a evolução individual.
Apartar-se do corpo é também uma experiência sentida e expressa por ele próprio. Por pronunciamentos tristes, castradores, que de novo e de novo o machucam de muitas e variadas formas.

A cultura controla os corpos porque uma experiência amorosa com o corpo liberta o ser para as expressões e manifestações alegres, e portanto libertárias.

Rejeitá-lo não deixa espaço para os movimentos da vida boa.

Toque o seu corpo! Revisite-o e mude o paradigma! Toca-lo e observá-lo com os olhos da absolvição nos reconecta com o sagrado em nós e limpam as rejeições que impregnaram os nossos corpos de dor. Doemos por sermos gordinhos, magrinhos, termos cicatrizes, manchas e sermos insuficientes à cultura do controle. Todas marcas das suas experiências sagradas e de suas transformações.Tantos “defeitos “ vistos, que não têm a mínima importância e não enfeiam o seu nu. O nu é belo e ponto. 

Vergonhas são crias da cultura imposta, seu corpo é mais.

Não há uma única experiência vivida por nós em que o mesmo não esteja presente, seu melhor e grandioso amigo. Cuide-o com a sua verdade, além do superficial! Certamente esta busca te libertará a alma. E isso é tudo o que precisamos.

Por Nara Shakyra Surya

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